Introdução;
Nesta postagem vamos comentar a
respeito do analisador por cromatografia em fase gasosa que é um instrumento
analítico através do qual é possível determinar a concentração de mais de um
componente gasoso contido em uma amostra de gás ou liquido, que é vaporizado
com equipamento especial.
O método de medição utilizado neste
tipo de analisador é separar e detectar cada componente, relacionando-os com o
volume total da amostra que esta sendo analisada.
Um pouco da História sobre Cromatografia:
O nome cromatografia é composto dos
termos gregos “chroma” = cor e “graphein” = escrita, e foi a partir da
descoberta do botânico Tswett no ano
de
1903 que a cromatografia, iniciada no final do século foi se
desenvolvendo até os dias atuais.
Ele usou uma coluna com carbonato de
cálcio e um solvente que percolava pela mesma, para
separar pigmentos de folhas em uma
série de bandas coloridas e .deste experimento muitos outros cientistas
contribuíram para o desenvolvimento da teoria e da pratica da cromatografia
atual cuja técnica tem contribuído para o desenvolvimento da teoria e da
prática da cromatografia.
Quem sugeriu o uso de gás como fase
móvel, ou seja para arrastar a amostra dentro da coluna de separação foram Martin e Synge(Premio Nobel de Quimica), no
ano de 1941 e quem implantou a ideia em 1952, foram James e Martin.
Daquela época até os dias atuais a
cromatografia evoluiu rapidamente e teve
o seu ápice nos anos 60 com a introdução das colunas capilares de sílica
fundida e o desenvolvimento de técnicas híbridas, particularmente a utilização
de espectrômetros de massa como detetores, fornecendo uma nova dimensão na
separação de componentes.
Em razão destas pesquisas, a
cromatografia atual é agora uma importante ferramenta, utilizada em vários segmentos
da química, petroquímica, analise de gas e no refino de petroleo.
D e f i n i ç ã o;
Cromatografia é essencialmente um
método físico de separação, no qual os componentes a serem separados são distribuídos entre
duas fases, uma das quais é fixa (Fase Estacionária) enquanto a outra (Fase Móvel), flui através desta em uma direção definida.
O processo cromatográfico ocorre como
um resultado dos fenômenos de adsorção e desorção que acontecem repetitivamente, durante
o movimento dos componentes da amostra, através do leito estacionário. A separação
ocorre devido a diferentes constantes de distribuição destes componentes entre as fases móvel e
estacionária
A cromatografia gasosa veio possibilitar, de maneira rápida e eficiente, uma série de separações extremamente dificeis, ou mesmo impossiveis pelos métodos tradicionais, como por exemplo a separação d mistura benzeno-ciclohexano, impossivel de ser feita por destilação fracionada, ou ainda, a analise de gases provenientes de motores a combustão, contendo mais de 100 componentes, que podem ser separados utilizando a tecnica da cromatografia gasosa.
Os princípios do método cromatográfico são os mesmos para todas as formas de cromatografia, ou seja, é um processo no qual uma mistura de substâncias pode ser separada nos seus constituintes graças à passagem de uma fase móvel gasosa, que carreia a mistura, sobre uma fase estacionária.
Como o nome denota, a cromatografia gasosa (CGS ou CGL) é aquela em que
a fase móvel é um gás e a estacionária, um sólido ou um líquido. Na CGS a fase
estacionária é um sólido com grande área superficial, enquanto que na CGL
ocorre partição dos componentes de uma amostra entre uma fase móvel gasosa e
uma camada delgada de um líquido não volátil que recobre um suporte sólido
inerte.
As principais
características dessas técnicas (CGS ou CGL) são as seguintes:
1. A fase móvel
é um gás quimicamente inerte.
2. Nas condições cromatográficas escolhidas para a análise só é possível
analisar substâncias voláteis (ou derivados voláteis gerados a partir de
reações químicas apropriadas).
A função do gás
usado como fase móvel é apenas a de transportar por arraste os componentes da amostra através
da coluna, sem participar dos processos de interação. Por este motivo é chamado
gás de arraste. Exemplos de gases mais utilizados são o Helio (He), Hidrogenio (H2) e o Nitrogênio (N2).
Classificação da cromatografia
A distinção entre os principais
métodos cromatográficos pode ser feita em relação às propriedades da fase móvel. Na
cromatografia com fase gasosa, a fase móvel é um gás inerte;na cromatografia a fluído
supercrítico, a fase móvel é um gás denso que está geralmente acima da temperatura e da pressão crítica;
na cromatografia líquida, a fase móvel é um líquido de baixa viscosidade.
No momento o nosso foco é a cromatografia com fase
gasosa e as demais técnicas ficam para uma outra oportunidade.
Cromatografia com fase gasosa
Apesar do grande desenvolvimento de
outras técnicas analíticas (cromatografia líquida,técnicas espectroscópicas e outras), a
cromatografia gasosa permanece como sendo a ferramenta de separação mais utilizada
em química analítica.
Em cromatografia, as amostras são
separadas pela distribuição das mesmas entre a fase estacionária e a fase móvel por
adsorção, partição ou por combinação dos dois fenômenos.
Quando um sólido adsorvente serve como
fase estacionária, a técnica é chamada de
cromatografia gás-sólido (CGS) e
quando um liquido é distribuído sobre um sólido inerte ou quando cobre a parede
interna de um tubo com uma fina camada, chama-se cromatografia gás-líquido
(CGL).O gás de arraste (N2, H2 ou Hélio), passa através de um regulador de pressão e penetra no sistema de injeção de amostra, arrastando a amostra para dentro da coluna de separação. Os componentes da amostra são separados durante a passagem pela coluna e, um após o outro, passam pelo detector que, por sua vez, envia um sinal elétrico a um amplificador cuja saida é conectado eletricamente a um registrador. Finalmente, o gás passa através de um medidor de vazão e é, então, liberado para a atmosfera. Quando qualquer substância diferente do gás de arraste passa pelo detector, este envia um sinal elétrico ao registrador, que passa para o papel os sinais recebidos, compondo o cromatograma.
Para uma amostra de 3 componentes (A, B e C), por exemplo, o aspecto do cromatograma ideal seria o seguinte:
Exemplo de Cromatograma para amostra contendo três substâncias.
Quando o detector não responde à passagem do gás de arraste, observa-se
uma linha reta, constante, entre cada sinal, conhecida como Linha de Base. Ao alcançar a substancia A o detector, este é sensibilizado, envia um sinal ao
registrador e o registro gráfico esperado é o observado na figura acima. Porém só será possível se todas as moléculas da substância A atingirem o
detector de forma simultanea.
Neste caso ocorre o fenômeno
da difusão longitudinal no interior da coluna, fazendo com que as moléculas da
mesma substância percorram a coluna com velocidades levemente diferentes. Isto
faz com que o aspecto real de um cromatograma de uma amostra contendo três
substâncias (A, B e C) seja como o que se vê na figura abaixo indicado.
Cromatograma de uma amostra contendo três substâncias.
A cromatografia gasosa permite a realização de análises qualitativas e
quantitativas. A análise qualitativa é baseada na velocidade com que cada
componente da mistura atravessa a coluna, utilizando-se o parâmetro Tempo de
Retenção (Tr). O tempo de retenção de uma substância é o tempo gasto desde o
momento em que a amostra é injetada, até o momento em que o maior número de
moléculas da substância sai do sistema cromatográfico e é detectado.
O Tr é calculado dividindo a distância (espaço entre o início do
cromatograma e o ponto máximo do pico formado) pela velocidade do papel do
registrador. O tempo de retenção é característico de uma dada substância, em
condições determinadas de análise. Dessa forma, para uma dada coluna, um dado
gás de arraste e condições de temperatura e pressão estabelecidas, cada
substância tem um tempo de retenção próprio, que permite a sua identificação
através da comparação com a análise de padrões, realizada sob as mesmas
condições.
A análise quantitativa está relacionada com a área formada sob os picos,
pois a intensidade do sinal enviado pelo detector é proporcional à quantidade
de substância presente na amostra.
Para se realizar
uma análise cromatográfica é necessário que o cromatograma obtido esteja bem
"resolvido". Este termo, "resolvido", significa boa
separação entre os picos, de tal forma que se possa determinar com precisão,
tanto os Tr (s) como as áreas dos mesmos. Na prática, controlandose
adequadamente os parâmetros cromatográficos, pode-se obter um registro
cromatográfico com picos bem separados e simétricos, isto é, com boa resolução.
Partes principais de um sistema cromatográfico básico
Um sistema cromatográfico básico é formado
das seguintes principais partes:Partes principais de um sistema cromatográfico básico
a) Sistema
de fornecimento de gás de arraste e gás padrão (gases de calibração);
b) Sistemas
de introdução de condicionamento da amostra e seleção de correntes;
c) Forno
+ Coluna cromatográfica;
d) Detector;
O cromatógrafo de processo, com excessão da parte de injeção/seleção de correntes (stream) funciona da mesma forma que um cromatografo de bancada operando da seguinte forma, um determinado volume de amostra é aplicado ao fluxo de gás de transporte através do introdutor.
Cromatografo de processo construido em 1957 e fabricado pela Greenbrier Instrument.
O gás de transporte, que flui à velocidade constante pela coluna de separação e pelo detector, arrasta a amostra até a coluna de separação.
Começa, então, a separação, provocada pelas diferentes velocidades com que os componentes da amostra se deslocam pela coluna (peneira molecular).
Após ultrapassar a coluna, os componentes, já foram separados e na sequencia transportados até o detector, que fornece um sinal proporcional à concentração ou à massa (dependendo do tipo de detector utilizado) de cada componente na amostra.
O sinal de saída do detector é mostrado
na forma de picos sequenciais, conhecido como “cromatograma”. A figura abaixo mostra como se
apresenta o registro gráfico de uma análise feita por um cromatógrafo.
Através
da interpretação da leitura dos picos do cromatograma é possível conhecer os seguintes parâmetros: área do pico e tempo
de retenção.
A área do pico permite calcular a
concentração de cada componente da amostra separado na coluna.
O tempo de retenção é o tempo
transcorrido desde a introdução da amostra até o valor máximo da altura do pico. Através desse
parâmetro é possível identificar os componentes da amostra.
Gás de arraste ou Fase Móvel
O gás de arraste é o elemento dentro do sistema cromatográfico responsável pelo arraste da amostra através da coluna até o detector.
O gás de arraste para ser aplicado em
cromatografia deve ter as seguintes características consideradas
essências/básicas neste tipo de analisador do processo:
a) precisa inerte e assim não
interagir com a amostra ou com a fase estacionária;
b) ser puro
c) baixo custo;
d) em de acordo com o tipo de detetor
que esta sendo utilizado, ou seja por exemplo se esta se desejando medir a
concentração de H2 por exemplo o gás de arraste não pode ser H2, mas sim um
outro gás por exemplo Helio ou N2..
Os gases mais utilizados como arraste
são: hidrogênio, hélio e nitrogênio.
Cilindros de armazenamento e transporte
Os fabricantes/fornecedores de gases
aplicados na cromatografia, fazem uso de cilindros de gases e dispositivos para
troca continua sem interrupção do fornecimento.
Para controlar a pressão de saída dos
cilindros deve ser instalada uma válvula reguladora de pressão de dois estágios
para ajustar a pressão do gás de transporte, conforme especificação do
fabricante do cromatógrafo.
Instalação Centralizada de Gases_White Martins
A linha de gás de transporte principalmente quando estiver sendo utilizado Helio ou Hidrogeio deve ter comprimento reduzido e quando possível não ter emendas.
Devemos evitar o uso de conexões
rosqueadas e quando não houver alternativa este tipo de conexão deve ser
evitado e nunca devemos lubrificar a rosca das conexões de modo a evitar
qualquer tipo de contaminação no gás que esta sendo utilizado, seja ele de
arraste ou calibração.
Toda linha de gás e demais
equipamentos associados à fonte de gás de transporte devem ser limpos e secos
antes do uso.
Precauções especiais devem ser tomadas
na limpeza das linhas quando o cromatógrafo for equipado com detectores de alta
sensibilidade.
Sistema de introdução de amostras
Na cromatografia gasosa, as amostras devem ser introduzidas na coluna instantaneamente e como a eficiência desta decresce com o aumento da quantidade de amostra, o volume injetado deve ser bem pequeno. A válvula de amostragem é operada automaticamente no caso dos cromatografos online sendo, neste caso, acionada pneumaticamente através de comando previamente programado.
Algumas configurações de válvulas de
introdução de amostras são as multivias
de pistão tipo slide, ou de membrana e as rotacionais.
Diagrama de funcionamento da valvula rotativa
1- Captação de amostra no loop (capilar)
1- Captação de amostra no loop (capilar)
2- Equalização (equilíbrio) da pressão
no loop
3- Injeção da amostra para a coluna
As válvulas rotativas e gaveta assumem
duas posições. Quando são utilizadas para injeção de amostra cada posição assume uma função
específica:
Diagrama de funcionamento da valvula de membrana
Na foto acima, é possivel identificar as colunas cromatograficas (varias), os detetores, valvulas de seleção de colunas (varias), para aplicações de analise complexas.
• Amostragem
O gás de transporte circula no
circuito cromatográfico, enquanto a amostra percorre um circuito (por exemplo: um capilar), cujo volume
é predeterminado pelo fabricante.
• Injeção
cromatográficos em que é necessária a equalização de pressão da amostra com a pressão atmosférica.
As válvulas são utilizadas também para
modificar o circuito cromatográfico quando é necessário atender casos particulares
de análise, (por exemplo, a análise de componentes em estado de traços em relação a outros
componentes da amostra).
.•Forno
do analisador
Forno é o compartimento do analisador onde
a temperatura é controlada. Os analisadores são construídos com um dois ou mais fornos
de acordo com a tecnologia de fabricação adotada por cada cliente.
Forno + coluna capilar
O controlador de temperatura é inserido
no próprio analisador. É composto por um sensor de temperatura, um circuito eletrônico
para controle e resistências elétricas, nas quais é dissipado o calor. Dependendo da precisão
necessária ao controle de temperatura, o controlador pode ter ação proporcional, ação proporcional
mais integral ou ação proporcional mais integral mais
derivativa. A faixa de controle de
temperatura varia de fabricante para fabricante. Como exemplos, no cromatógrafo modelo P-3OO
da Siemens a temperatura pode ser ajustada entre 6O°C e 25O°C, enquanto que no
analisador série 1OOO /S da Carlo Erba a faixa está compreendida entre 4O°C e 23O°C.
Quando o forno possui controle de
temperatura programada, este deve ter baixa inércia térmica, para que se consiga um rápido
aquecimento e resfriamento dos elementos no seu interior.
Coluna cromatográfica
A coluna cromatográfica é responsável
pela separação dos componentes da amostra, portanto,o sucesso de uma determinada separação
dependerá da escolha apropriada da mesma.
Existem dois tipos de colunas
cromatográficas: empacotadas e capilares.
Nas colunas empacotadas, o gás de
arraste flui através de um recheio preparado por impregnação de um sólido inerte
(SUPORTE) com a fase líquida (FASE ESTACIONÁRIA). Este recheio, preenche todo o tubo da
coluna.
Foto de
Coluna Empacotada
A coluna empacotada pode ser
construída com as seguintes características físicas:
• Formato: Coluna Empacotada pode ser reta ou no formato de bobina (enrolada).
• Diâmetro externo: 1/8",
3/16" e 1/4"• Comprimento: 7,6cm, 15,2cm, 100cm, 400cm, podendo chegar até a algumas dezenas de metros.
• Material: cobre, alumínio, aço inox, vidro,
teflon
Suporte sólido
Propriedades requeridas
• estrutura porosa (porosidade < 10 μm)
• formas e dimensões uniformes:
diâmetros de 60 - 80 mesh (0,25- 0,18mm), 80 - 100 mesh (0,18 - 0,15mm), 100 - 120 mesh
(0,15 - 0,13mm)• resistência mecânica
• neutralidade química
Substâncias empregadas no suporte (enchimento/recheio da coluna empacotada)
• carvão ativo
• sílica gel• alumina
• peneiras moleculares: 3A, 4A, 5A, 13X, etc.
Substâncias empregadas na CGL
• Chromosorb: A, G, P, M e T
• Durapak N• Carbowax 2OH
Chromosorb P - separação de
hidrocarbonetos.
Chromosorb W - separação de compostos
polares.Peneira molecular - absorção de água (pré-coluna).
Porapak - separação de compostos polares (água inclusive).
A coluna capilar pode-se apresentar
com as seguintes características físicas:
• Forma: enrolada
• Diâmetro interno: 0,1mm a 0,5 mm• Comprimento: 10m, 25m, 50m, 100m
• Material: vidro, níquel e sílica fundida
Nas capilares, a fase estacionária pode estar depositada diretamente nas paredes do tubo da coluna, sob a forma de um filme fino. Neste caso são chamadas WCOT (Wall Coated Open Tubular).
Quando a fase estacionária é misturada
a um suporte sólido finamente dividido (alumina ou sílica), e esta mistura recobre a
parede interna do tubo, a coluna é chamada SCOT (Support Coated Open Tubular).
Desenho em corte de uma coluna capilar
Já as colunas em que a superfície interna do tubo é tratada quimicamente para criar uma camada de poros, possibilitando a deposição de uma maior quantidade de fase estacionária, são chamadas PLOT (Poros Layer Open Tubular).
Mecanismo de separação
O mecanismo de separação na coluna cromatográfica é determinado pelo tipo de fase
estacionária.
A fase móvel gasosa interfere muito
pouco no fenômeno de separação. O mesmo não ocorre quando a fase móvel é líquida, já que
esta interfere bastante na separação.
Quando a fase estacionária é um
suporte sólido (CGS), o mecanismo de separação envolve fenômenos de adsorção. Isto quer dizer
que as moléculas da amostra contidas na fase móvel são atraídas para a superfície do
suporte. O fenômeno é devido às forças de polarização entre os átomos da superfície do material
adsorvente e as moléculas adsorvidas.
Se a fase estacionária for um líquido agregado ao suporte sólido (CGL), o mecanismo de
separação está ligado a fenômenos de partição (divisão). Neste caso, as moléculas da amostra
dissolvem-se na película líquida ficando, então, dividida entre duas fases.
A temperatura da coluna é um dos fatores que afetam o tempo de retenção. As figuras a seguir
exemplificam o resultado de três análises efetuadas com amostras iguais a temperaturas de
coluna diferentes.
Observa-se, pelas figuras anteriores,
que, à medida que a temperatura da coluna aumenta, diminui o tempo de retenção e a
resolução, comprometendo a interpretação do resultado.
Conclui-se, então, que a temperatura
da coluna deve ser fixada num valor que permita a separação dos componentes, fornecendo
um resultado com boa resolução e no menor tempo possível.
O controle de temperatura da coluna
pode ser isotérmico ou programado.
O controle de temperatura isotérmica refere-se à análise em que a coluna é mantida a temperatura constante. Esse tipo de controle é utilizado para análise de gases e líquidos cujos intervalos entre os pontos de ebulição dos componentes sejam menores que 100°C. O controle de temperatura isotérmica é utilizado nos cromatógrafos de laboratório e processo.
O controle de temperatura programada
refere-se à análise em que a coluna é submetida a temperaturas diferentes. Esse processo
permite acelerar a separação e melhorar a identificação e a quantificação dos
componentes da amostra. A operação com programação de temperatura é utilizada para análise
de líquidos, cujos intervalos dos pontos de ebulição estejam compreendidos entre 80 e
400°C. A programaç ão de temperatura pode ser balística,linear e multi-linear.
D e t e t o r e s
O detector é o elemento sensor do sistema cromatográfico, sendo um dispositivo que gera um H2 sinal elétrico proporcional à variação da composição do gás (arraste + amostra) na saída da coluna, sendo
que sómente o gas amostrado é medido, sendo desprezado o gás de arraste (Helio, N2 ou H2).
As principais características que devem ser observadas em um detector são:
Ruído, há sempre um ruído no sistema de detecção, gerado no
circuito eletrônico ou ocasionado por problemas técnicos no detector. Qualquer
que seja a origem, deve ser minimizado experimentalmente.
Define-se como mínima quantidade detectável (MQD) a massa de um componente
separado capaz de produzir um sinal duas vezes maior que o sinal do ruído.
Resposta
do detetor, pode ser universal ou
seletiva. Quando o detector tem resposta universal
significa que ele responde a qualquer tipo de substância, menos ao gás de transporte;
é o caso do detector por condutividade térmica. Quando o detector tem resposta seletiva
significa que ele só responde a determinados tipos de substâncias, por exemplo,
a compostos
orgânicos.
Existem vários tipos de detector, que
podem ser utilizados nos cromatógrafos. Essa diversidade deve-se à grande
abrangência de análise por cromatografia, que requer para cada aplicação um tipo mais apropriado de
detector. Entre eles destacam-se:
• Detector por condutividade térmica
• Detector por ionização de chama
• Detector por captura de elétron
• Detector fotométrico de chama
Detector
de condutividade térmica
O detector de condutividade térmica (TCD) é universal, não-destrutivo, e responde a diferença de condutividade térmica entre o gás de arraste puro e o mesmo misturado com os componentes da amostra.
Detetor Térmico tipo TCD
Seu limite de detecção é na faixa de
10-6 a 10-8 g.
Os dois elementos aquecidos
(filamentos ou termistores) instalados no interior de cada câmara estão ligados eletricamente a um
circuito em ponte de Wheatstone. O desequilíbrio elétrico do circuito é função da diferença de
condutividade térmica do gás que circula pelas câmaras.
Segundo a fórmula aproximada:
Km = condutividade térmica da mistura
gasosa, composta pelo gás de transporte e
componente separado
KT = condutividade térmica do gás de
transporte
CT = concentração do gás de transporte
KX = condutividade térmica do componente separado
CX = concentração do componente separado
A condutividade térmica da mistura gasosa
na saída da coluna é proporcional à concentração e a condutividade térmica dos gases da
mistura, composta do gás de transporte com o componente separado.
Se pela câmara de medição circula
apenas o gás de transporte, a ponte
permanece equilibrada eletricamente,
pois não há diferença de condutividade térmica do gás contido nas duas câmaras. Quando o gás
de transporte circula pela câmara de medição acompanhado de um componente separado
estabelece-se uma diferença de condutividade térmica entre os gases contidos nas
duas câmaras.
Ocorre, então, um desequilíbrio
elétrico na ponte, cuja amplitude é proporcional à condutividade térmica e à concentração
do componente analisado.
A sensibilidade máxima do detector por
condutividade térmica é obtida, utilizando-se um gás de transporte cuja condutividade térmica
seja bem diferente da dos componentes separados. Por esse motivo, o hidrogênio e o hélio
são freqüentemente empregados.
Detector de ionização por chama de hidrogênio
O detector por ionização de chama está baseado no princípio de que a condutividade elétrica do gás é diretamente proporcional à concentração de partículas eletricamente carregadas existentes nessa concentração.
Devido a sua alta sensibilidade, grande estabilidade, simplicidade de operação, pequeno
Este detector não tem resposta de significativa para gases fixos (He, H2, N , etc...), compostos contendo um só átomo de carbono (CO, CO2, CS2, ácido fórmico, etc..~} e para água.
A quantidade mínima detectável
corresponde a 10-13
g
carbono/ seg.
A resposta do DIC resulta da combustão
dos compostos orgânicos em uma pequena chama de hidrogênio-ar.
O detector por ionização de chama está
baseado no princípio de que a condutividade elétrica do gás é diretamente proporcional à
concentração de partículas eletricamente carregadas existentes nessa concentração.
O circuito de medição é constituído de
um detector por ionização de chama, uma fonte de tensão e um circuito de amplificação.
O detector possui, em seu interior, um queimador, o qual queima o gás de saída da coluna em uma
chama de hidrogênio e ar. A ponta do queimador constitui um eletrodo (cátodo),
enquanto um outro eletrodo (ânodo) é colocado na periferia da chama.
O detector necessita de um suprimento permanente de ar e
hidrogênio para assegurar a constância da chama. A combustão é iniciada através de
um filamento aquecido por corrente elétrica.
Quando da coluna provém somente o gás de transporte,
ocorre apenas a combustão
entre o ar e o hidrogênio. Nesse caso, a condutividade
elétrica do gás que se queima entre os eletrodos é baixa, uma vez que a quantidade de
íons formados é muito pequena.
Estabelece-se pelo circuito uma corrente constante,
denominada corrente de
fundo, que é cancelada eletronicamente pelo amplificador.
Quando o gás de transporte sai da coluna com um componente separado
(hidrocarboneto), esse último queima-se, provocando um aumento de íons na mesma proporção que a
concentração docomponente separado.
Então, a condutividade elétrica do gás que se queima
entre os eletrodos cresce, aumentando a corrente no circuito.
Detetor
Fotométrico de Chama
Assim como o detetor por ionização de
chama, o detector fotométrico de chama – ou FPD (Flame Photometric Detector) – possui
uma câmara de combustão onde a amostra é queimada em uma chama de hidrogênio.
A combustão de moléculas de enxofre ou fósforo em altas
temperaturas provoca a emissão de luz ultravioleta em diferentes comprimentos de onda (394
nm para o enxofre e 526 nm para o
fósforo).
Através da montagem de um filtro de
interferência e um tubo eletrônico fotomultiplicador em arranjo adequado, é
possível estabelecer a seletividade do detector a um destes elementos.
O FPD tem como caracteristica uma resposta não linear (aproximadamente quadrática), sendo necessário lque seja linearizado eletronicamente o sinal gerado pelo detetor em função da concentração do valor medido.
Comentários Gerais: Esperamos com esta postagem ter contribuido com a divulgação das tecnicas relacionadas com a cromatografia de processo.
Ótimo material, poste mais neste nível que só tenho a agradecer. Me esclareceu diversas dúvidas.
ResponderExcluirO Sr. teria modelos e data shets de algum cromatógrafo?
Preciso de uma ponte de wheatstone urgente em Belo Horizonte. Obrigada, era o que eu procurava
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