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Sistemas de Condicionamento da Amostra



Sistemas de condicionamento da Amostra por extração continua.


Introdução: As pessoas envolvidas na especificação, projeto e fabricação de sistemas de amostragem precisam ficar atentos em relação a todos os aspectos que envolvem o sistema de amostragem, desde a escolha do ponto de amostragem, a distância deste ponto até o sistema de condicionamento e deste para o analisador, levando sempre em consideração a necessidade da remoção de possiveis interferentes que possam vir a prejudicar o resultado a ser analisado e na propria funcionalidade do  analisador.



                                   C  o  n  t  e  ú  d  o

 

1.0   -    Visão Geral.

2.0   -    Funções de um Sistema de Condicionamento da Amostra

3.0   -    Características a serem observadas durante o projeto

  3.1  -   Composição da Amostra.

   3.2  -  Localização do Ponto de Amostragem.

 4.0   -   Sondas de Amostragem.

 5.0   -   Condicionamento Primário da Amostra

 6.0   -   Tempo morto no transporte da amostra.

 7.0   -   Vaporização de Amostras liquidas e o tempo morto

  8.0  -   Linhas de transporte da amostra

  9.0  -   Como selecionar as linhas de transporte da amostra

10.0  -   Descarte da amostra

11.0  -   Exemplos de Sistema de Condicionamento da Amostra

12.0  -   Projeto de um Sistema de Condicionamento da Amostra

13.0  -   Instalação e Partida do Condicionador


1.0 -  Visão Geral
 Durante a fase de detalhamento, é preciso observar alguns critérios básicos que um sistema de condicionamento da amostra por extração continua deve reunir, para que seja possível obtermos do analisador uma medição precisa da amostra que esta sendo analisada.
Normalmente, o projeto do Sistema de Condicionamento da Amostra, exige uma maior atenção ao se especificar, fabricar e instalar se compararmos por exemplo com o esforço distendido no projeto de instalação da instrumentação convencional, utilizada na monitoração e no controle do processo.
Isto ocorre devido ao fato de que um Sistema de Condicionamento da Amostra é altamente dependente do tipo de produto que esta sendo amostrado e do próprio analisador que irá fazer a medição.
Basicamente o sistema de condicionamento da amostra é a “interface” entre a Planta e o analisador  e devem ser concebido para operar de forma continua por longos períodos com baixo nível de manutenção.
As amostras coletadas de um determinado ponto do processo, precisam ser condicionadas antes de serem introduzidas no analisador continuo do processo de deve ser evitado que a amostra apresente mais do que uma fase.
Em linhas gerais, o sistema de condicionamento da amostra é composto sistemas de filtragem, dispositivo para o controle da pressão, do fluxo, da temperatura, controle da fase ou mudança da fase, dispositivo de seleção da linha de amostragem e calibração e a indicação/alarme de todos os dispositivos aplicados.
Podemos resumir que o Sistema de Condicionamento da Amostra é a aplicação de vários dispositivos associados, responsáveis pela extração de uma amostra representativa do processo,  condicionando a amostra e enviando ao analisador, aonde é feito a medição do componente ou componentes da amostra.
No desenvolvimento do Sistema de Condicionamento da Amostra deve ser levado em consideração as características do fluido a ser amostrado e o tipo de analisador  utilizado para fazer a medição da concentração dos componentes.
2.0 -  Funções do Sistema de Condicionamento
  
As principais funções do Sistema de Condicionamento da Amostra, são as seguintes;
 
a)     Coletar e enviar uma amostra representativa do processo.
b)     Fazer o transporte da amostra retirada da tomada do processo para o analisador e deste para um vaso coletor ou outro ponto de retorno no processo.
c)     Condicionar a amostra, ajustando a pressão, temperatura, fluxo, filtragem e manter a fase da amostra fazendo com que a amostra seja compatível com as características do analisador continuo do processo.
d)     Seleção e chaveamento do ponto de amostragem e calibração na entrada do analisador.
e)     O  sistema de condicionamento da amostra deve ser projetado para reunir alternativas técnicas que possibilitem uma fácil manutenção do condicionador da amostra, incorporando quando necessário um sistema de limpeza automática, por exemplo da sonda  dos filtros, drenagem do coletor de condensado, etc.
 
3.0  - Características a serem observadas durante o projeto;
 
3.1-Composição da Amostra
No fase de projeto do  Sistema de Condicionamento da Amostra, devemos sempre levar em consideração  a composição da corrente que pretendemos analisar, incluindo os contaminantes.
Alguns contaminantes sólidos ou líquidos, contido por exemplo em uma fase gasosa devem ser removidos através da filtragem instalada no sistema de amostragem.
Além disto é preciso conhecer o range dos componentes durante a operação normal da planta e também  em condições anormais do processo (partida, shutdown, alteração de carga), para podermos assegurar que o sistema de condicionamento e o analisador continuo do processo operem de forma satisfatória.
 3.2-Localização do ponto de amostragem
Os seguintes fatores devem ser considerados durante a fase de escolha do ponto de amostragem;
 
a)     O ponto de amostragem deve estar localizado  em um  local  do  processo aonde a amostra seja a mais representativa possível.
b)     O local escolhido para instalar o ponto de amostragem  precisa estar localizado em um ponto do processo no qual o valor medido possa trazer benificios na correção do produto.
      c)     Equipamentos de processo tais como tanques ou acumuladores, devem ser evitados devido
            capacitancia destes equipamentos, produzindo atraso na leitura do valor real da amostra.
d)     Sempre que for possível procure aproximar o analisador do ponto de amostragem, pois isto reduz o tempo de transporte da amostra e também o custo da instalação.
e)     O local escolhido deve oferecer quando possível um diferencial de pressão significativo para facilitar o retorno da amostra ao processo. Evite instalar o ponto de amostragem assim como o retorno da amostra ao processo, próximo de  válvulas de controle do processo, porque o movimento da válvula de controle acaba interferindo no fluxo da amostra.
 
f)      Além dos  requisitos mencioandos acima, o ponto de amostragem escolhido deve facilitar o acesso para limpeza e manutenção.
g)    Procure escolher um local do processo aonde a reação ou mistura, seja a mais estável possível, evitando locais aonde pode ocorrer mistura de fases.
 
h)     Quando a tubulação do processo,  estiver montada na  horizontal o ponto de amostragem deve estar localizada no topo da tubulação, isto reduz a entrada de partículas solidas na linha de amostragem. Caso a tubulação esteja montada na vertical a tomada deve estar montada na horizontal, formando um angulo de 50˚ (positivo), isto evita que ocorra redução do fluxo, para o sistema de condicionamento.
       4.0 - Sondas de Amostragem
          Sempre que possível deve ser utilizado “sonda de amostragem”, porque a sonda fornece
          uma amostra mais representativa aumentando a relação de fluxo para o ponto de
          amostragem.
Atenção: Quando a tubulação de processo for de diâmetro menor do que 2”, não existe a  necessidade de se instalar sonda de amostragem. Caso seja necessário instalar a sonda de amostragem, no trecho da tomada de amostra a linha de ser aumentada para 3” ou maior. 
        As sondas de amostragem ajudam significativamente na redução dos contaminantes e material particulado, agindo como um primeiro estágio do sistema de condicionamento da amostra fazendo a filtragem e o condicionamento.
O desenho da sonda pode variar em função da aplicação,  como exemplo podemos citar a  velocidade excessiva do processo no ponto de amostragem, alta temperatura da amostra, presença de material particulado.
         Na seqüência é mostrado alguns exemplos de “Sonda de Amostragem”.
         
a)     Sonda aberta, são construídas a partir de trecho curto em tubo de aço de aço inox
      com diâmetros externos variando de  ¼” a  ¾” , com limite de temperatura
      de aproximadamente 540 ˚C. A sua aplicação se restringe a fluidos limpos
      sem material particulado.

 
       
b)     Sonda de amostragem c/ múltiplos pontos, são utilizadas quando se deseja obter uma amostra que componha a média do fluxo através da tubulação ou duto. Este tipo de sonda normalmente se aplica em incineradores, caldeiras, fornos e aquecedores à gás no qual a estratificação pode ser um problema ou quando é necessário cumprir a legislação local. A figura 2, mostra a sonda e uma tabela de correlação entre o diâmetro da tubulação ou duto e o número de furos.
 
 
c)     Sonda com dispositivo de  filtragem , este tipo de sonda, mostrado na fig.3,  se aplica em locais aonde se deseja medir os gases pós-combustão e existe quantidade significante de material particulado. O material do filtro dependendo das condições do local da amostra,  podem ser de material  sinterizado em aço inox, cerâmica ou tecido.
 
 
 
 
 
   Este tipo de filtro de ser instalado em um ponto do duto que colabore na redução
   das intervenções para manutenção.

  Uma alternativa é a instalação de um anteparo na sonda para evitar a entrada de material
  particulado.

 A Sonda pode receber outros dispositivos tais como controlador de temperatura,
 de ponto de orvalho e também um dispositivo de “blow-black” para fazer a
 limpeza automática do dispositivo de filtragem, introduzindo N2,  Ar  ou Vapor, na linha         de  amostragem, manualmente ou de forma automática em intervalos pré-programados,   sempre que a vazão no sistema de amostragem, cair para o nível abaixo do projetado

Nota: O gás utilizado para fazer o “Blowback” deve estar acima do ponto de orvalho
para evitar condensação na linha de amostragem ou no filtro da sonda e ser compatível
com o corrente que esta sendo analisada.


5.0 - Condicionamento Primário da Amostra
 
 
O condicionamento primário da amostra, se aplica somente nos casos em que as condições da
coletada da amostra são extremamente difíceis e não podem ser facilmente transportadas para
o sistema remoto de condicionamento da amostra.

Como exemplo podemos citar a coleta de amostra em fornos de pirolise, regeneradores de
gases ou outras correntes de gases quentes com material condensavel, particulado ou finos
provenientes de catalisadores, são as aplicações mais típicas para o condicionamento primário
da amostra.

              
Um filtro com coluna de refluxo é montado diretamente na válvula de bloqueio da tomada do
processo. A seguir a amostra é resfriada e o refluxo do material condensado auxilia na
lavagem retorno com o material para a tubulação do processo.

              
Conforme a quantidade de material condensado na amostra, pode ser adicionado vapor na
parte de baixo da coluna refluxo para  auxiliar na diluição do acido formado pelo processo.

 
 6.0 - Tempo morto no transporte da amostra. 

Nos projetos em que  o analisador e o sistema de condicionamento estiverem afastados do ponto de
amostragem e não for possível reduzir a distância devido a outros aspectos técnicos, deve ser levado
em consideração o tempo de atraso provocado pela linha de amostragem.

              
O tempo necessário para o transporte da amostra até o analisador pode em alguns casos contribuir
para o aumento no tempo morto total que compreende as fases da coleta da amostra, do transporte, do
condicionamento  e o tempo de resposta do próprio analisador.                          
              
Uma alternativa para reduzir o tempo de transporte da amostra é utilizar um “fast loop”  instalado
entre o equipamento do processo e um ponto intermediário com retorno para um ponto de pressão
baixa do processo aonde a amostra possa retornar.
              
O tempo de transporte da amostra ou tempo morto, se relaciona com o diâmetro e o comprimento da
linha de amostragem a pressão absoluta na linha e vazão.
 
              
Não é complicado determinar o tempo de transporte da amostra, bastando para isto determinar a
volume total da amostra, dividido pelo valor da taxa de fluxo, aplicando as seguintes equações em
função da fase da amostra;
 

      1)  Equação para amostras na fase liquida:

 
            tm  = (V)  (L)

                                    Fr

       2) Equação para amostras na fase vapor :

 
           tm  =  (V) (L)        (P +14.7)        (530)

                        Fs               14.7              460 +T

     Onde;
 

    Tm = Tempo de transporte da amostra (minutos)

    P    =  pressão na linha de amostragem (psig)             
  

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